Poucos sistemas naturalmente observáveis esbanjam tamanha complexidade e nuance quanto o corpo humano, partindo disso, o estudo de sua arquitetura demonstra, antes de qualquer coisa, o fascínio compartilhado por nós estudantes finitos pelo imutável, na forma da anatomia e de suas inúmeras aplicações para fins de cura.
Posso relatar minha própria experiência com o espanto trazido pela brusca mudança de interface com o conhecimento que a entrada no mundo acadêmico proporciona, isto é, a súbita descoberta de uma dimensão gargantuesca de informação que, não apenas lhe servirá por toda sua prática médica, mais também pode e deve ser observada e eventualmente moldada pelo seu próprio trabalho e pesquisa. A anatomia é, nesse âmbito, um microcosmo do que eu assim como vários outros acadêmicos vemos como mais prazeroso no estudo médico, a replicação de conhecimento prático e observável.
Nesse aspecto, a anatomia é o palco no qual os demais atores fisiológicos competem por atenção e, assim, seu domínio com maestria é indispensável àqueles que buscam alcançar o entendimento multifacetado da composição humana e, desse modo, conectar com uma realidade que, aos nossos olhos, é tão velha como o próprio existir.
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