Sinto que sou suspeita para falar sobre as oportunidades que a anatomia me trouxe nesses três períodos de faculdade pois desde o início foi uma das matérias pelas quais mais me interessei e para qual mais me dediquei. Eu sempre admirei aqueles que tinham um ótimo conhecimento anatômico e sempre me senti relativamente triste por acreditar que eu não possuía nem o conhecimento mais básico sobre o assunto. Esses foram dois motivos que me incentivaram a me dedicar à matéria – além de sua importância para a formação médica.
A tentativa de me envolver mais com o assunto, me levou à participação na Jornada Acadêmica de Anatomia Aplicada, em 2017, com um trabalho de tema livre intitulado “Aspectos Anatômicos Aplicados à Cirurgia de Reconstrução de Mama" e isso sem dúvida alguma foi um dos melhores acontecimentos do meu ano. Não porque foi extremamente prazeroso elaborar uma apresentação e falar por 15 minutos na frente de um monte de desconhecidos – na verdade isso não chegou nem perto de ser prazeroso. Durante a elaboração do trabalho me deparei com muitas frustrações: desde o problema mais simples como encontrar os livros texto que usaria de base ou as imagens das reconstruções até ser capaz de entender a técnica da cirurgia, como o retalho era rotacionado, como era possível que ele fosse movido daquela forma sem causar prejuízos na movimentação da paciente. Eu me via diante de um assunto que exigia muito mais conhecimento de anatomia (e outras matérias) do que eu tinha.
O prazeroso foi, ao final dos 3 meses, ver o quanto eu tinha crescido. Olhar para o trabalho e perceber tudo que eu aprendi, o tanto que ele havia contribuído para o meu crescimento (pessoal e acadêmico) e perceber o quanto ele era uma prova da minha crença de que anatomia era uma matéria essencial e extremamente necessária para atuação de um bom profissional.
Fora tudo isso, ainda posso agradecer o fato desse trabalho ter me colocado em contato com um profissional realmente admirável, Dr. Rodrigo Sizenando, que foi meu orientador, me ensinou muito e, posteriormente, me deu a oportunidade de acompanhar seu trabalho na área de grandes queimados do Hospital João XXIII.
Essa foi minha principal experiência com anatomia, uma experiência que eu adoraria poder voltar no tempo para reviver.
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