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Síndrome do túnel do carpo

Larissa Couto Castro


Introdução

A síndrome do túnel do carpo é ocasionada pelo acometimento do nervo mediano na altura do túnel do carpo. O nervo é comprimido pelo aumento da pressão no túnel, seja pelo aumento de tamanho das estruturas que o compõem ou pela redução do seu espaço interno. A clínica é caracterizada por parestesia, hipoestesia ou anestesia na região correspondente ao dermátomo do nervo mediano na mão (sintoma que pode irradiar para o braço e axila) e também pela perda progressiva da motricidade do polegar, sendo que o paciente pode se tornar incapaz de realizar a oposição do polegar. Embora a etiologia ainda não seja bem esclarecida, acredita-se que a síndrome possa ser desencadeada principalmente por lesão de esforço repetitivo (LER), mas também pode ocorrer mediante traumas, inflamações ou fatores hormonais.


Anatomia: o nervo mediano e o túnel do carpo

O túnel do carpo é o espaço localizado profundamente ao retináculo dos flexores, entre os tubérculos dos ossos escafoide e trapezoide lateralmente e o osso pisiforme e o hâmulo do hamato medialmente. É um espaço que contém os tendões dos músculos flexor profundo dos dedos, flexor superficial dos dedos e flexor longo do polegar, além do nervo mediano.


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O nervo mediano é um nervo que tem origem a partir dos fascículos lateral e medial do plexo braquial, e tem como raízes C5, C6, C7, C8. O nervo nasce lateral à artéria braquial e no terço médio do braço cruza-a anteriormente, ficando localizado medialmente a ela. Passa pela fossa cubital, medial à artéria braquial e ao tendão do músculo bíceps braquial e então chega ao antebraço, onde dá alguns ramos, dentre eles os nervos interósseo anterior e o ramo cutâneo palmar. O primeiro desce sobre a membrana interóssea inervando os músculos flexores profundos do antebraço, e então passa profundamente ao músculo pronador quadrado. O segundo tem origem proximalmente ao retináculo dos flexores e não atravessa o túnel do carpo, sendo responsável por inervar sensitivamente a região central da palma da mão. Distalmente ao túnel do carpo, o nervo mediano dá os ramos medial, lateral e recorrente. O ramo recorrente do nervo mediano inerva os músculos da região ou eminência tenar da mão, sendo responsável pela abdução, flexão e oposição do polegar. Na mão, o nervo mediano inerva sensitivamente a pele de toda a face palmar, as laterais dos três primeiros dedos, a metade lateral do quarto dedo e o dorso das metades distais desses dedos, como demonstrado na figura a seguir:


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Dessa maneira, a região acometida por parestesia será esta correspondente ao dermátomo do nervo mediano na mão, como mostrado acima. A perda da motricidade pode ocorrer em alguns músculos inervados pelo nervo mediano, como o palmar longo, flexor longo do polegar, flexor superficial e profundo dos dedos, flexor radial do carpo, abdutor curto do polegar, oponente do polegar, flexor curto do polegar e mais o 1º e 2º lumbricais.


Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é predominantemente clínico e eletrofisiológico. O tratamento pode ser cirúrgico ou não cirúrgico. O tratamento não cirúrgico consiste em splint, órtese de imobilização noturna e esteróides orais, dentre outros. A conduta cirúrgica é feita por meio de um procedimento chamado liberação do túnel do carpo, na qual é realizada uma incisão na região medial do retináculo dos flexores, evitando-se, dessa forma, lesão no ramo recorrente do nervo mediano. Esse procedimento reduz a pressão dentro do túnel e traz alívio imediato.


Referências:

NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019


MOORE, K. L. et al. Moore Anatomia Orientada para a Clínica. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017


NONNO, R. O. Síndrome do túnel do carpo: acometimento, tratamentos e evolução clínica. 2013. 65 f. Tese (Mestrado em Ciências) – UNICAMP, Campinas, 2013.

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