Cainan Glória Campinho
Introdução:
O tórax é o segmento do tronco localizado entre o abdome e o pescoço. A caixa torácica é formada pelas costelas e cartilagens costais, vértebras torácicas e o esterno, dando um aspecto de um barril contendo duas aberturas: a abertura torácica superior e inferior.
A abertura torácica superior, ou superior do tórax, é delimitada anteriormente pela margem superior do manúbrio esternal, lateralmente pelas primeiras costelas e posteriormente pelo corpo vertebral da primeira vértebra torácica. Esta abertura possui relações anatômicas fundamentais com estruturas vasculares, musculares, nervosas e viscerais oriundas do pescoço, membros superiores e do tórax.
O ápice pulmonar, envolvido pela cúpula pleural, ultrapassa a abertura torácica superior e localiza-se inferior e medialmente aos troncos plexo braquial, o qual emerge entre os músculos escalenos anterior e médio, e lateral e anteriormente à cadeia simpática.
Os tumores de Pancoast são neoplasias que se desenvolvem no ápice pulmonar e que podem, por meio de processos compressivos, resultar na chamada Síndrome de Pancoast devidos às relações anatômicas locais.
Etiologia e fisiopatologia:
A maior parte dos casos de Síndrome de Pancoast são gerados por tumores de células escamosas e adenocarcima, ou seja, tumores de células não pequenas.
Com a expansão tumoral, o tronco inferior (C8 e T1) do plexo braquial é uma das estruturas mais comummente afetadas, comprometendo a inervação dos músculos intrínsecos da mão e paresia no quarto e quinto dedos, podendo estar associada a dor irradiada do pescoço até a porção medial do braço e antebraço.
A cadeia simpática também pode ser comprimida, principalmente o gânglio estrelado, acarretando a chamada Síndrome de Horner, ou seja, anidrose, miose e ptose da face ipsilateral. Manifestações menos comuns incluem compressão do nervo laríngeo recorrente, nervo frênico e cava superior (síndrome da cava superior).
Diagnóstico e tratamento:
O raio x é inicialmente utilizado para evidenciar a massa no lobo superior, seguido de tomografia computadorizada para confirmação da extensão do tumor e qualquer linfonodo satélite ou adenopatia mediastinal, que são vitais para classificação do estágio do tumor. A ressonância magnética pode ser utilizada para avaliar o envolvimento de tecidos moles, muito útil para tumores ressecáveis. O método mais sensível de diagnóstico é a realização de biópsia transtorácica com agulha.
O tratamento inclui quimio e radioterapia seguidas de ressecção cirúrgica.
A cirurgia é contraindicada nos seguintes casos:
Presença de metástase
Envolvimento ipsilateral ou contralateral de nódulos mediastinais ou supraclaviculares
Envolvimento de mais de 50% dos corpos vertebrais
Envolvimento de esôfago e traqueia
Envolvimento do plexo braquial acima de T1
Bibliografia:
- Moore, Anatomia Orientada para clínica. Sétima Edição.
- SELIM M. ARCASOY, M.D., AND JAMES R. JETT, M.D. SUPERIOR PULMONARY SULCUS
TUMORS AND PANCOAST’S SYNDROME.
-Vipin D. Villgran; Sujith V. Cherian. Pancoast Syndrome.
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